O Município
Magé é formado por três ecossistemas ricos em
biodiversidade e de grande importância ambiental na região metropolitana. O
primeiro, ao norte, é a encosta da Serra dos Órgãos, com o predomínio de
escarpas rochosas, cobertura vegetal de Mata Atlântica e algumas pastagens e
plantações de bananeiras. O clima é mais ameno e com muitas chuvas no verão. É
nesta área que nascem os rios que banham Magé, inclusive os mananciais de capitação
de água que atendem a outros municípios da região, e se localiza parte do
Parque Nacional da Serra dos Órgãos.
O segundo
é a área de baixada, mais plana, situada no centro do município, onde se
encontram os melhores solos para a agropecuária e os núcleos urbanos. Existem
ainda muitos lotes desocupados ao redor destes núcleos, com grandes áreas
vazias entre eles.
O
terceiro é litorâneo, com importante função na reprodução da fauna marinha. É
uma região sujeita a inundações periódicas, onde predominam brejos e
manguezais. Apesar das condições inadequadas à ocupação urbana, muitas áreas
estão loteadas.
Os
diversos rios que atravessam Magé nascem nas serras dos Órgãos e Estrela –
Iriri, Suruí, Santo Aleixo ou Roncador, Magé e Estrela –, desembocam na Baía de
Guanabara e têm importância fundamental no desenvolvimento agropecuário local,
na produção industrial e no processo de urbanização. A maior parte do extenso
território de Magé tem baixa densidade de ocupação e características
predominantes de área rural, onde se destacam núcleos urbanos isolados entre
si, ligados por rodovias e ramais ferroviários.
Os
principais núcleos urbanos correspondem às sedes históricas de antigas
freguesias e povoados. Existem seis distritos municipais em Magé, cada um com
características próprias relacionadas ao processo histórico de ocupação. De
forma geral, é possível identificar os seguintes tipos de ocupação:
- Núcleos
situados na serra originados a partir da implantação de fábricas no final do
século 19, como é o caso de Pau Grande, no 3º distrito, e Santo Aleixo, no 2º;
- Áreas
em que predominam matas e cachoeiras, apropriadas para o incentivo ao
ecoturismo;
-
Pequenas vilas pesqueiras, como Suruí (4º distrito), Piedade (2º distrito) e
outras situadas no litoral;
- Núcleos
urbanos bem estruturados de médio porte, como a sede municipal (1º distrito);
-
Bairros-balneários, como Mauá (5º distrito);
- Núcleos
residenciais típicos da Baixada Fluminense, como Piabetá e Fragoso, com alta
densidade de ocupação e concentração de habitações de baixa renda e inúmeros
assentamentos subnormais.
Ao longo
de sua história, o território de Magé recebeu várias benfeitorias e prédios,
dos quais resta um número razoável. Esse patrimônio histórico foi tombado em
nível nacional e estadual.
A
ocupação do território de Magé foi marcada pelos principais ciclos econômicos
de desenvolvimento da história do Brasil: o da cana-de-açúcar no século 16; o
do ouro nas Minas Gerais, no século 17; o do café no Vale do Paraíba, no final
do século 18; e a introdução da indústria têxtil, no final do século 19 e
princípio do século 20. A participação do município nesses
ciclos se deu em função de sua posição geográfica privilegiada, como parte importante das rotas comerciais, o que permitiu o surgimento de uma função logística associada a vários modos de transporte.
ciclos se deu em função de sua posição geográfica privilegiada, como parte importante das rotas comerciais, o que permitiu o surgimento de uma função logística associada a vários modos de transporte.
Magé pertence à Região Metropolitana, que também abrange os
municípios de Rio de Janeiro, Belford Roxo, Duque de Caxias, Guapimirim,
Itaboraí, Japeri, Mesquita, Nilópolis, Niterói, Nova Iguaçu, Paracambi,
Queimados, São Gonçalo, São João de Meriti, Seropédica e Tanguá.
Magé limita-se ao norte com Petrópolis, ao oeste com Duque de Caxias, ao leste com o município de Guapimirim e ao sul com a Baía de Guanabara. O município tem uma área total de 386,8 quilômetros quadrados, correspondentes a 8,3% da área da Região Metropolitana.
Magé localiza-se a 22º39'10" de latitude sul e 43º02'26" de longitude oeste, a uma altitude média de 5 metros. Seu relevo é acidentado.
Sua bacia hidrográfica é composta pelos seguintes rios:
* Rio Roncador
* Rio Inhomirim
* Rio Suruí
* Rio Magé Mirim
* Rio Saracuruna
Magé limita-se ao norte com Petrópolis, ao oeste com Duque de Caxias, ao leste com o município de Guapimirim e ao sul com a Baía de Guanabara. O município tem uma área total de 386,8 quilômetros quadrados, correspondentes a 8,3% da área da Região Metropolitana.
Magé localiza-se a 22º39'10" de latitude sul e 43º02'26" de longitude oeste, a uma altitude média de 5 metros. Seu relevo é acidentado.
Sua bacia hidrográfica é composta pelos seguintes rios:
* Rio Roncador
* Rio Inhomirim
* Rio Suruí
* Rio Magé Mirim
* Rio Saracuruna
História
O
desbravamento da região de Magé data dos primeiros tempos coloniais do Brasil.
Na época, viviam na região índios da tribo dos Tamoios, dos quais não restam
vestígios. Em 9 de junho de 1565, após a expulsão dos franceses do Rio de
Janeiro, Simão da Mota recebeu uma sesmaria perto de onde hoje existe o porto
da Piedade e lá se estabeleceu.
Em 1696,
foi criada a Freguesia de Magepe, que, devido à fertilidade do solo, ao grande
número de escravos e ao esforço dos colonizadores, gozou de uma situação
invejável no período colonial. Em 1789, foi elevada à categoria de vila por
ordem do vice-rei D. Luiz de Vasconcellos e Souza e obteve sua emancipação. Há
indícios da existência, naquela época, de pelo menos três grandes engenhos de
açúcar e de atividades de exploração de madeira na região. Nas áreas alagáveis,
eram cultivados mandioca, legumes, café, frutas e arroz.
A região
se beneficiava da ampla rede hidrográfica e da comunicação marítima com a Baía
de Guanabara, o que facilitava o escoamento da produção rural para o Rio de
Janeiro e conferia a Magé uma posição de cidade portuária.
Nos
séculos 17 e 18, foram criados três caminhos oficiais que ligavam as províncias
do Rio de Janeiro e de Minas Gerais para a passagem do ouro e das pedras
preciosas. A partir de 1723, se inicia em Magé, mais precisamente no Porto da
Estrela, a construção da principal e mais movimentada Estrada Real do Brasil,
que unia a capital do Império à província das Minas Gerais.
No século
18, com o declínio do ciclo do ouro, a economia passou a girar em torno da
produção cafeeira do Vale do Paraíba e do sul de Minas. Magé permanecia uma
região de passagem, com pequenos vilarejos que serviam de parada para os
viajantes. Toda a infraestrutura criada a partir do comércio de ouro e de
pedras preciosas de Minas Gerais foi modernizada e adaptada ao café. Estradas
foram recuperadas, e os portos de Iguaçu e Estrela (Inhomirim) passaram a
servir ao embarque da produção cafeeira do sul de Minas. Nessa época, o Porto
da Estrela era o segundo mais movimentado de todo o território brasileiro,
somente superado pelo do Rio de Janeiro.
Em 1799,
após sucessivos pedidos de melhoria da estrada variante do Caminho Novo, o
príncipe regente D. João aprovou a obra de calçamento da parte mais íngreme,
tombada pelo Patrimônio Histórico Nacional em 1937. O calçamento apresenta
alguns trechos em razoáveis condições de preservação.
A
importância do município durante o Segundo Império pode ser comprovada com a
inauguração, em 1854, da primeira ferrovia da América do Sul, a Estrada de
Ferro Mauá, com 14,5 quilômetros de extensão, construída por iniciativa de
Irineu Evangelista de Sousa – o barão de Mauá. A viagem a Petrópolis começava
por via marítima, até o Porto Mauá, depois por trem até Raiz da Serra e seguia
por diligência, na estrada da Serra da Estrela.
No final
do século 19, com a abolição da escravatura, a produção cafeeira entrou em
colapso, levando a uma grave crise econômica que, aliada à insalubridade da região,
ocasionou a extinção das grandes plantações. O abandono das terras assoreou os
rios, que alagaram a baixada que corta o território municipal, originando
surtos de malária e paralisando o desenvolvimento econômico da região por
décadas.
Ao mesmo
tempo em que desmoronava a economia do Vale do Paraíba, a Baixada Fluminense
também enfrentava um período de decadência. A inauguração da Estrada de Ferro
D. Pedro II, em 1864, ligando Petrópolis ao Rio de Janeiro, sem cruzar o Rio
Inhomirim, representou um trajeto direto por terra, desviando-se do percurso
original até o Cais Mauá, em Guia de Pacobaíba.
O período
republicano trouxe investimentos em novos setores da economia, como o
industrial. O fato de Magé contar com estradas de ferro, condições geográficas
favoráveis e ser rico em recursos hídricos tornou a região especialmente
atraente para a implantação de indústrias têxteis, associadas ao capital e à
tecnologia ingleses.
O
desenvolvimento industrial impulsionou a abertura de novas estradas de ferro em
direção ao interior do município, que começou a assistir a uma ocupação mais
acentuada a partir da segunda metade do século 20. Em 1946, já havia sido
iniciado o trabalho de drenagem dos rios da região, com benefícios diretos para
a atividade agropecuária e urbana.
Em meados
dos anos 60, o serviço ferroviário de passageiros no trecho Piabetá-Guia de
Pacobaíba foi extinto. A estação e a linha foram abandonadas e, embora tombadas
pelo Patrimônio Histórico, permanecem no descaso.
Em 1992,
com a autonomia de Guapimirim, Magé sofreu uma expressiva redução do
território. O município ainda é um ponto de passagem entre Rio e Teresópolis,
mas as altas tarifas de pedágio na rodovia estancaram o seu desenvolvimento,
dificultando o transporte diário para a massa popular empregada no Rio de
Janeiro e desestimulando a implantação de novas atividades produtivas na
região.
Fonte: Biblioteca IBGE
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