ENTREVISTA ADEIMANTOS
Charles – Como é que foi quando você chegou aqui? O que você viu?
Adeimantos - A área do projeto eu já conhecia, não como projeto, porque eu peguei caranguejo, nessa época, quando tinha florest81a. Apanhava caranguejo e já fui pescador. Inclusive, vim parar no projeto porque a pesca foi proibida quando teve derramamento de óleo. O pescado que nós tínhamos aqui as pessoas não compravam porque estava totalmente contaminado. Era a única coisa coisa que eu sabia fazer. Ou pescava ou trabalhava na construção civil. Na construção civil daqui também não dá para ter um ganho melhor. Surgiu o projeto e eu fui, fiz minha inscrição e me chamaram, deram a oportunidade de eu trabalhar. Foi funcionando desde o início a abertura de canais quando começou o plantio, limpeza dessa área... Nisso daqui tinha um tapete de garrafas pet com uns 12 de largura e mais ou menos 1 metro de altura só de garrafa pet. Eu fui trabalhando e gostando do serviço, que mexia com o meio ambiente. Eu tinha tudo a ver porque já trabalhava com o meio ambiente. Eu pescava tanto dentro da Baía como pegava caranguejo e siri. Tem um siri de mangue, o siri açu, que é grande e azul, e eu andava uma base de dois quilômetros só catando esse siri por dentro do mangue.
Charles – Como é que te chamaram? Como foi a abordagem? Como é que você soube do projeto desse trabalho e como foi que te chamaram? Como é que foi isso?
Adeimantos - Foi por intermédio da colônia de pescadores. Como eu sou registrado na colônia, ela fez como se fosse uma sindicância para saber quem dos pescadores queria trabalhar dentro de um projeto de recuperação de manguezais. Como o serviço aqui estava escasso, eu fui e falei: "Eu vou" "Vou trabalhar". Vim para cá e comecei a trabalhar. Fui me apegando tanto com os biólogos como àqueles que tinham amor pelo que estavam fazendo. Ainda mais quando começou... De início a gente começou fazendo limpeza. Depois que a gente entrou recuperando mesmo a área, plantando as mudinhas, produzindo as mudas desde semente dos propágulos até elas chegarem a cerca de 50, 60 centímetros. Você pegar uma planta que você produziu no viveiro e trazer para dentro de campo, plantá-la, vê-la crescer... isso que é satisfação, não é? A melhor parte é essa: ver o ambiente recuperado.
Charles – Legal, vou te pedir um negócio, mais tecnicamente, para você me contar... No início, o que vocês fizeram? Por quanto tempo? Depois, o que vocês fizeram? Conta como foi esse processo todo até hoje.
Adeimantos - No início do projeto nós ficamos basicamente um ano fazendo limpeza da área e tirando o lixo porque tinha muito lixo dentro da área. A quantidade era tanta, que para a gente poder tirar o lixo de dentro da área, a gente teve que fazer uma cerca para poder conter o que estava chegando. Aqui é assim, é enxugar gelo. Você tira o lixo hoje e de manhã, de tarde chega lixo, à noite chega lixo e no outro dia tem mais lixo. E a área tinha muito lixo. A gente teve que fazer uma cerca de contenção, botar uma equipe tirando o lixo dessa cerca, que era uma quantidade muito grande, enquanto outra equipe estava dentro da área limpando e removendo esse lixo. Não sei te dizer quantas toneladas e quantos caminhões de lixo saíram daqui. Era muita coisa. Depois desse ano que nós acabamos de limpar a área, ficamos um ano fazendo drenagem. A área, como estava deserta, ressecou muito. Desidratou a área. Tinha lugar que você andava e dava para andar de carro dentro dessa área. Até os moradores locais jogavam futebol nessas partes porque secou tanto que não tinha como germinar nada ali. A maré trazia os propágulos, eles chegavam ali e começavam a germinar, mas o sol sufocante em cima desidratava e eles acabavam morrendo. Depois desse um ano de drenagem nós começamos a trabalhar com plantios de mudas. No início, nós trabalhávamos com transplante. Íamos em outras áreas onde tinha mudas pequenas, tirava com uns torrões de 20 por 20, 30 por 30, de acordo com o tamanho da planta, trazíamos e íamos plantando nesses canais. Só que tínhamos outros problemas. A gente conseguiu resolver o da irrigação da área e depois começamos a ter problemas com os caranguejos. Tinha muitos dentro da área e estavam famintos porque não tinha planta nenhuma. As que tinha eram a que estávamos plantando. Como eles estavam famintos, a gente estava fazendo um banquete para eles, oferecendo uma salada para os caranguejos. Então, nós começamos a fazer vários estudos, passamos fita isolante nas plantas e graxa, para ver se os caranguejos não comiam. Fomos tentando várias técnicas até chegar na garrafa pet, que foi a ideia de um estagiário, que falou: "Eu vi em outro projeto, mas de mata atlântica, que o pessoal usava garrafa pet para proteger dos animais". Nós começamos a plantar e vimos que estava dando certo. Todas as plantas que plantávamos com garrafas pet os caranguejos não tinham acesso porque tentavam subir e escorregavam até desistir e procurar outro alimento. Nós fazíamos dois plantios: um sem garrafa e outro com. As que estavam sem garrafa os caranguejos comiam. As que tinham garrafa a gente estava tendo um resultado positivo. Plantamos umas três espécies: a de mangue branco, que é a laguncularia racemosa; a rizófora mangle, que é a mangue vermelho aqui na região e que os pescadores chamam vulgarmente de sapateiro; e a de mangue negro, que é a aviscenna shaveriana, que os pescadores daqui conhecem como siriba.
Charles – Você falou que foi primeiro um ano para limpar mais um ano...
Adeimantos - Um ano de abertura de canais e, no terceiro ano, começamos a fazer os plantios, quando os canais já estavam prontos. Das três espécies, a que melhor se adaptou à área, que a gente começou a ter um resultado positivo mais rápido, foi a de mangue branco, a laguncularia racemosa, porque ela, tanto em crescimento como adaptação a solo... porque a gente tinha um solo que tinha poucos nutrientes, não tínhamos um solo bem nutrido. Então, a gente tinha que plantar a que melhor se adaptasse. A de mangue negro, nós começamos a fazer um trabalho, só que menor, mas nós tínhamos muito problema com o mangue negro por causa de lagartas. Tinha muito ataque de lagarta aqui, no ínicio do projeto, na de mangue negro. O que nós fizemos? Deixamos elas de fora, de stand by, e começamos a trabalhar, em seguida, com mangue vermelho, que foi a segunda que começamos a ter resultados, mas nós tínhamos problemas também. Nós abrimos canais para irrigar a área, só que não conseguimos irrigar toda a área. O mangue vermelho é pioneiro e vem próximo da Baía de Guanabara. Quando nós plantávamos ali elas sentiam muito porque elas só tinham água da Baía quando tinha maré alta. Nos períodos de maré baixa, elas desidratavam e muitas acabavam morrendo porque é a planta que mais necessita de água, tanto que ela tem até raízes aéreas, que sai dos troncos e galhos e que, além de ajudar a fixar, captam mais água do solo. Depois que nós tivemos o resultado, sofremos bastante para ter o resultado com a rizófora mangle e começamos a trabalhar com a aviscenna agora, já no final. Mas, para a gente poder trabalhar com a aviscenna, o que nós tivemos que fazer? Introduzir nas partes mais altas... porque, quando nós cavávamos os canais, aquele bota-fora ou taludes nós montávamos do lado dos canais. Então, fazia um piso de solo mais alto, onde a gente entrou plantando uma gramínea com o nome de espartina e uma outra com nome de bacopa. Essa bacopa dá nas regiões mais salinas. Ela filtra o solo para que outras espécies venham surgir ali. Dentro desses taludes, dessas partes mais altas, começamos a introduzir a aroeira, que dá aquela semente rosa, que eles chamam de pimenta rosa. É uma sementezinha vermelha que, ao descascar, fica rosada e atrai os pássaros. Nessa que a gente estava atraindo os pássaros, as plantas de aviscenna em que nós tínhamos os ataques de lagartas, os pássaros vinham comer as sementes e acabavam fazendo uma depredação natural. A gente não precisava usar inseticida nenhum porque a gente trabalhava com a natureza, trazia alimento para os pássaros e ele comia justamente os insetos que nós tínhamos, como apareceram também vários gaviões, que comeram muitas das lagartas... Isso, em um período de cinco, seis anos depois que as plantas começaram a ficar maiores. Aí, nós não tivemos muitos problemas, nem com os caranguejos, que já podiam se alimentar das folhas que caíam das plantas maiores. O solo começou a ficar mais nutrido porque as folhas que caíam iam enriquecendo o solo e as plantas que nós plantávamos na margem da Baía acabaram contribuindo porque as raízes seguram parte do lixo, que já não entra para dentro da área e acaba protegendo as plantas menores que vem surgindo lá no fundo. Depois que a gente recuperou parte dessa área 1, começamos a trabalhar na área 2, que é mais fácil de trabalhar...
Charles – Você sabe o tamanho das áreas?
Adeimantos - Da área 2 eu não sei o tamanho certo, mas a 1 tem 12 hectares. A área 2 a gente está plantando por hectare. Juntando o nosso trabalho feito nas áreas 1 e 2, temos 19,2 hectares recuperados. A área 2 é mais fácil para trabalhar porque é bem mais baixa do que a área 1, tanto na maré alta como em meia maré a área fica toda irrigada. Então, não precisa abrir canais para fazer a irrigação. Basta a gente botar a cerca para conter o lixo e sair plantando. Toda a experiência e toda técnica nós já conquistamos dentro da área 1. A área 2 agora é mais fácil de se trabalhar.
Charles – Você nasceu aqui nessa região? Você sabe alguma coisa da história de Mauá, de Magé? O que você sabe dessa região aqui?
Adeimantos - Eu sou nascido e criado aqui. Muitas coisas da história eu não participei, mas no caso da minha avó, meus avós, meu avô, eles participaram na parte de saúde. Nós não tínhamos hospital em Magé e os moradores daqui, por serem pescadores e de uma classe baixa, não tinham condição de terem um veículo para poder levar para o hospital mais próximo. Então, as pessoas mais velhas daqui nasciam em Paquetá e os moradores levavam de barco as pessoas daqui para poderem nascer. Muitos nasceram dentro da Baía de Guanabara porque não dava tempo de chegar no hospital. Tem também, no caso, o Maracanã. Parte da areia do Maracanã saiu daqui da praia de Mauá para ser construído. A ponte Rio-Niterói, parte da areia saiu daqui de Mauá. Tem uma história para contar: Mauá tem a primeira ferrovia do Brasil. É aqui próximo. Não participei de quando a locomotiva funcionava, quando o trem passava ali, mas eu tenho o prazer de participar hoje porque eu, os meus filhos e todo mundo podemos cruzar essa linha de trem. Às vezes eu vou lá. Como ela para nas margens da Baía de Guanabara, dá para a gente pescar lá de cima. Tem o poço Bento, em Magé, as cachoeiras daqui da região e igrejas antigas.
Charles – Antes da poluição, como era isso aqui? Como você ouvia que era? Quando isso aqui ainda não tinha indústria... O que você ouve sobre isso?
Adeimantos - Antes da poluição, o que eu escuto falar dos pescadores mais antigos era que eles pescavam aqui e dava para pescar com um arpão na beira da praia. Dava para ver arraia na beira da praia. Você andava dois ou três para dentro da água e via arraia, cardume de robalos, camarão... Era uma fartura de camarão...vários peixes. Apanhava siri. Hoje a gente pesca tipo uçá lá para o fundo. Na época do meu pai mesmo e dos meus irmãos, que são mais velhos do que eu, chegou a pegar siri de rapina na beira da praia. Tem uma ilha aqui próxima e eles iam lá pegar peixe com pedras na mão. Hoje você não consegue fazer nada disso porque a poluição é tão grande... Eu tenho parentes, a maioria pescadores, que estão abandonando a pesca porque a poluição está muito grande na Baía. Antes de eu entrar para o projeto, quando eu pescava, o pescado que tinha aqui era um. A quantidade era muito grande. Depois do derramamento de óleo, eu vejo os pescadores chegarem na beira da praia, às vezes para pescar, e não pegam nada. Chego aqui na beira da praia, encosto o barco ali e você vai comprar um peixe e não tem. Quando não trazem o peixe cheio de óleo, já sujo e contaminado.
Charles – Qual é a importância de um projeto como esse que você participa?
Adeimantos - O projeto Mangue Vivo é importante aqui para a nossa comunidade porque a gente mora em uma região pesqueira. Então, o manguezal é um berçário marinho. Ele é responsável pela reprodução dos peixes, crustáceos, moluscos, aves, répteis, anfíbios... Um número muito grande da fauna, tanto a marinha como a terrestre, se reproduz dentro do mangue. Então, não só nós, seres humanos, mas todo o conjunto que vive no entorno do manguezal precisa dele. É de suma importância. Ainda mais para os pescadores daqui, que dependem e vivem da pesca. O pescado que eles pescam se reproduz dentro do mangue. Se você não tem mangue, não tem pescado. Se você não tem pescado, o pescador acaba entrando em extinção. O próprio pescador vai acabando.
Charles – Por que você acreditou que, trabalhando nesse trabalho, por que você acredita até hoje, o que te faz vir trabalhar, acordar e vir cuidar disso tudo aqui?
Adeimantos – Eu acredito no projeto porque, desde o início, que eu estou aqui, eu vi que era uma coisa que ia dar certo. Por isso que eu abracei o projeto e estou até hoje aqui. Todo trabalho que a gente faz é com amor, não só pelo projeto, mas pelo próximo também, porque a gente sabe que todos precisam disso aqui. A gente está trabalhando com o meio ambiente. A gente está vendo, hoje em dia, poluição muito grande, outros países que estão destruindo e acabando com as florestas, com tudo. A gente sabe que nós estamos fazendo a nossa parte. A gente está recuperando o meio ambiente. É satisfatório você ver um lugar que era um deserto, não tinha nada e chegar aqui e estar tudo reflorestado, bonito. Você acompanhar uma planta que você fez desde a semente e ela crescer, chegar na sua altura, passar e estar subindo e tomando conta de tudo. Daqui a pouco aquela árvore está te abraçando, de tão grande que está. É uma coisa que só vendo para poder relatar. A satisfação é muito grande. É como se a gente amasse o próximo.
Charles – Conta algumas histórias engraçadas, que você lembre, do projeto... O que tem de história boa?
Adeimantos – Tem uma que aconteceu comigo uma vez aqui. Eu estava andando, catando e separando o lixo todinho para levar lá para fora, aí, calhou de eu achar uma porta de avião. Eu achei uma porta de avião aqui, peguei e guardei a porta. Passados alguns dias, veio um pessoal de uma reportagem da Globo e me perguntou: “Vem cá, o que você achou de mais interessante aqui?” Aí eu falei: “Eu achei uma porta de avião”. Aí eles falaram: “Mas uma porta de avião?” Eu falei: “Foi. Achei no lixo uma porta de avião”. Três dias depois a força aérea estava na porta da minha casa para pegar a porta de avião. “É que sumiu um avião de lá e a gente não sabe o que aconteceu. Você achou uma porta e a gente quer ver se ela é do avião que sumiu”. Como é que vai sumir um avião do aeroporto? Aí eu falei: “Está guardado lá no projeto”. Eu até estava pensando... a porta é bonita, de um material especial, pensei de fazer uma porta para o canil do cachorro lá de casa. Mas, aí, não deu porque o pessoal da força aérea veio e pegou a porta. Eu entreguei para eles e eles levaram. Ficaram de manter contato depois, mas não falaram mais nada. Só vieram buscar essa porta mesmo.
Charles – E daqui para frente? O que você espera desse projeto, da sua região? O que você espera?
Adeimantos – Daqui para a frente, eu espero que esse projeto continue crescendo e dando certo, que as pessoas que estão no entorno venham nos visitar, apoiar e abraçar esse projeto porque tem tudo de bom. É um projeto maravilhoso e a gente está crescendo. Eu vejo... meu sobrinho, meu filho vem para cá, as escolas trazem os alunos... Eles chegam aqui e têm a ideia de que o mangue é fedido, é uma coisa suja, como se fosse o esgoto do Rio de Janeiro. Só que não é isso. É totalmente diferente. É uma das belezas e maravilhas que tem dentro do Rio, que poucos conhecem. Se a gente tem várias maravilhas, as praias do Rio, o Pão-de-Açúcar, o Cristo Redentor... poucos falam do mangue. Eu vejo com mais importância do que vários pontos turísticos dentro do Rio. Eu fico mais satisfeito quando eu vejo que as pessoas chegam aqui com aquela ideia de sujeira e saem daqui batendo palmas e aplaudindo porque veem o nosso trabalho que foi feito e a beleza que é o manguezal.
Charles – Por que você acha o mangue mais importante, às vezes, do que outros pontos turísticos?
Adeimantos – Não sei se é pelo tempo que eu tenho aqui, pelo convívio que eu tenho, pelo amor ao mangue, ao trabalho que eu faço ou pela importância que tem esse ecossistema ao lado dos outros. A gente vê que é um ecossistema... vem o marinho, vem o mangue, a caatinga, vai subindo até a mata atlântica e você vê que todos eles são um dependente do outro. Você saiu da Baía e, para ir para a mata atlântica, tem que passar pelo manguezal. Não tem como não passar. É de suma importância.
Charles – Fala um pouquinho, para quem está na cidade e não tem essa noção de ecologia, por que é tão importante esse ecossistema... Por que isso é importante para quem está, de repente, agora, sentado em um escritório lá no Centro do Rio e não sabe que está sendo beneficiado com isso?
Adeimantos – O manguezal é importante... eu tiro por mim. Eu trabalho dentro do manguezal esse período todo e aqui me sinto bem, estou à vontade. Quando eu saio daqui e vou lá para o Centro da cidade eu me sinto sufocado. É tanto gás carbônico, carros emitindo fumaça daqui e dali, pessoas fumando por onde você passa, jogando lixo... A poluição é tão grande que eu não sei como as pessoas conseguem se sentir bem no meio de uma floresta de pedras, enquanto a gente está aqui, em um ambiente como esse, no meio de uma floresta de folhas, de verde... Tudo aqui é bom. É um conjunto que, só estando aqui para poder sentir o que a gente sente, esse ar puro. O mangue é como se fosse uma troca: a gente refloresta, gera oxigênio e eles que estão na floresta de pedra estão gerando gás carbônico. A gente faz uma troca com eles. Eles mandam gás carbônico para a gente e a gente manda oxigênio para eles. Só que ninguém quer saber disso. Só pensam no dinheiro, no trabalho e esquecem do meio ambiente. Até mesmo pelos nossos governamentais. O governo investe muito pouco em meio ambiente. Eu tiro pelo município onde eu moro, aqui em Magé, que já passou por quatro gestões dentro da secretaria de meio ambiente. Eu trabalho há doze anos. Desde 2001 nós estamos aqui e a prefeitura nunca ajudou a gente em nada. Os governamentais nunca ajudaram. E é um trabalho que gera um benefício para a humanidade. Você está trabalhando com o meio ambiente e não gera prejuízo nenhum para ninguém, só benefícios.
Charles – O que o projeto Mangue Vivo acrescentou na sua vida?
Adeimantos – Acrescentou uma outra filosofia de vida. Hoje, por onde eu passo, eu procuro deixar rastros. Eu deixo um caminho por onde as pessoas possam seguir. Eu digo isso porque a gente está fazendo um trabalho, reflorestando, recuperando e mostrando para as pessoas que a gente é capaz e que eles são capazes. Não precisa dar muito tempo. Só em vir conhecer esse projeto aqui eles já vão saber do que eu estou falando. Que eles venham aqui e plantem uma, duas ou três. Não precisa ser diretamente dentro do mangue. Pode ser no quintal deles, em uma mata onde eles acharem que está careca, pelada. Vamos reflorestar. Vamos recuperar o meio ambiente. Vamos trabalhar em prol da vida.
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